domingo, 25 de dezembro de 2011

Conto sem fim

Há poucas horas do final da comemoração do Natal 2012, fico pensando... Todo ano é a mesma coisa! Pagãos sensacionalistas (e seus escudeiros - fiéis ou sem opção?) alarmando a rede com ataques às comemorações Cristãs. Ou mais diretamente aos votos de Feliz Natal que receberam em suas preciosas páginas pagãs por excelência.

Nesta semana muito se falou nas redes sociais sobre o assunto. Entre todas as pérolas ficam naturalmente registrados o ranço, a ignorância e intolerância absolutos - salvo para os que leem e "entendem" o que bem querem.

Interessante perceber que, entre muitos atributos, são estes os que "se doam" para desmitificar a Antiga Religião - pessoas ditas esclarecidas, que trabalham com energia, egrégora.

Daí, então, me faço três perguntas básicas:

Temos neste período a potência energética de milhares de pessoas celebrando o nascimento do "Menino Jesus" - até onde sei, uma das figuras da Criança da Promessa; "adaptada" da Antiga Religião. Por favor, não vamos tocar no assunto "número de adeptos", mas sim "tempo", "história" e "energia". Qual, então, o propósito de alarmar as pessoas contra tudo e contra todos, além do fato de pregar expressamente uma forma bem educada de intolerância? Pois agradeço por todos os votos de Feliz Natal que recebi porque sei aproveitar muito bem algo chamado energia, e pela segunda vez no ano tenho a oportunidade de reavivar o nascimento em mim e nos meus projetos; mesmo que não pela minha crença. E todos os votos de Feliz Natal que retribuí foram aos destinatários recheados de bênçãos de renovação, pois este é, afinal, o espírito de Yule. Opa!!! Do Natal.

Segunda pergunta: já que estamos falando de festejos "fora de hora", que tal o assunto Halloween? Pois é... Estamos no Hemisfério Sul (até que se prove o contrário). Portanto, nosso Halloween (ou Samhain) é celebrado em 30/04. Contudo, chegando no tão esperado 31/10 TODOS os Pagãos abrem seus baús para quase repetir o que há seis meses fizeram. Lembrando os esquecidos de plantão do calendário Cristão que marca "Finados" bem nesta época. Semelhança de novo?! Qual a diferença entre Halloween e Natal, num contexto bem sintético? Independente do calendário a celebração Pagã permaneceu. E aí tudo bem. Tenho um nome para isso: hipocrisia. Pode-se até enfeitar: hipocrisia político-religiosa.

Última: vamos diretamente agora aos "desmistificadores". Por que a mesma violência usada em todo final de ano (Gregoriano, sim!) não é expressada em direção a Pagãos, ditos sérios e altamente compromissados com nossa cultura, que literalmente se travestem de Padres em praça pública para serem "melhor aceitos" pela sociedade?! Podendo ainda ser pior: ao lado de "sacerdotisas" (com "s" minúsculo) de calças jeans - porque as mulheres ocidentais não usam saias, não é? Quer dizer, então, que os "ícones" protegem uns aos outros; mesmo afrontando tudo o que dizem proteger? Nestes momentos os "grandes" se calam. No exato momento de usarem seu sensacionalismo para algo que valha realmente parece que o sinal da internet cai e volta muito depois, quando as divulgações de tais eventos caem no esquecimento. Hipocrisia de novo? Não... Para isto dou o nome de covil, quase uma quadrilha - sabendo que distância física não serve como argumento válido.

A questão é que se dá muita voz a quem não sabe falar. Fato. Acho que não há literatura suficiente... E definitivamente está mais do que na hora de calarem-se os incultos e revolucionários sem causa, já que não tem muita serventia além de espargir a controvérsia entre os menos esclarecidos.

Sou Pagã. Mas com toda certeza não acredito que a história da humanidade tenha parado há 3 mil anos e descongelado agora. É insano e absolutamente irresponsável! Na verdade, parece que usar ou não a história é uma questão bem relativa: quando é preciso usar fatos como a Inquisição para justificar determinados atos, vale. Quando fala-se de energia gerada através de séculos de prática, está tudo errado.

Não podemos apagar a história, tão pouco a experiência humana. Podemos, sim, editá-la; reescrevê-la para que o "fim" seja tão bonito quanto o início.

Enfim... Feliz Natal!

Um comentário:

Livia Luzete disse...

Boa reflexão!

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