segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Aprendizados

Aprendi que não medimos as pessoas pelo que carregam nas mãos ou em bolsos profundos, mas sim por sua essência - carregada e recarregada com aromas de vida.

Que em muitas vezes existe mais poder em gestos e no silêncio do que em palavras, sabendo que estas nem sempre conseguem imprimir a totalidade dos sentimentos humanos.

Que as posições que tomamos diante da vida irão sempre talhar quem somos, e aos poucos vamos nos tornando seres melhores se assim quisermos.

Que aprender a ensinar é importante, mas que devemos estar sempre abertos aos que nos ensinam a aprender. Que seremos lembrados pelas respostas certas, mas talvez mais pela humildade em admitir que não as temos.

Que sombras muitas vezes são nossas melhores dádivas, e luzes nossas fontes de auto-destruição. Que amar o próximo como a si mesmo nem sempre é fácil, quando o próximo se distancia dele mesmo.

Que Mestres devem ser honrados - não só por seu tempo investido a nós, mas pelas marcas do caminho gravadas em seu corpo. Que cada um tem uma grande jornada pessoal e não cabe a outro querer mudá-la, mas tornar o caminho mais leve e florido é um dever.

Que colocar a cereja sobre o bolo muitas vezes tem mais retorno e efeito do que o próprio bolo. Que rótulos existem independente de querermos ou não, ficando a nós a tarefa de sermos justos com cada um deles.

Que durante a vida somos marcados negativamente por pessoas e situações, e precisaremos lutar para que a tendência de olharmos o mundo através destas marcas não nos torne injustos e duros. Que conhecimento e sabedoria são irmãos gêmeos (diferentes que se complementam) - conhecimento é tudo; sabedoria é um pouco mais.

Que agradecer está na lista dos verbos mais importantes no vocabulário humano, quando usado sinceramente. Que não importa o quanto já se tenha andado - haverá sempre um recém caminhante com novos ensinamentos, tão importantes quanto os velhos que já tínhamos. Que devemos, sim, dar uma segunda ou terceira chace a alguém; desde que este o faça primeiro com ele mesmo.

Que dar rosas a quem nos dá pedras nem sempre é atitude altruísta - a sabedoria está em dar mais do que se recebe. Que devemos cuidar de quem amamos e aprender a valorizar quem nos cuida por amor, deixando que este cumpra seu papel com alegria. Que temos mais poder do que nos é dito e mostrado, cabendo a nós a simples tarefa de fazermos valer os investimentos divinos.

Que devemos dizer às pessoas, em tempo hábil, o quanto elas nos são especiais; pois o tempo pode se tornar um cruel limitador num piscar de olhos. Que uma brisa pode nos destruir, assim como uma tempestade nos fazer crescer ainda mais. Que a dor e o fracasso ensinam muito, mas devemos eleger outros Mestres Maiores na vida.

Que por mais experiência que tenhamos em algo nunca devemos subestimar os poderes da ação superior ou mesmo nosso talento nato de sabotagem. Que não devemos bater de frente com quem está sob nosso manto, mas fazê-lo perceber a importância do tecido que o cobre e aquece. Que querer privar quem amamos de um sofrimento pode não ser a ação mais correta, mas nem sempre o racional é a mais sábia estrada.

Que devemos agradecer todos os dias pelo que temos ou mesmo pelo que perdemos, pois em tudo há uma razão maior de ser. Que amigos vem e vão, mas devemos cultivar com o maior cuidado os poucos e bons. Que família é muito mais complexa do que qualquer equação matemática (algumas bem mais!), mas faz parte de nossa longa história espiritual e por isso merece atenção. Que anjos e demônios estão ao nosso lado dia após dia para que aprendamos a identificar suas palavras.

Que somos espelhos para muitos, assim como muitos serão espelhos para nós; e quando há o afastamento pelo reflexo é preciso olhar e guardar o espelho com muito cuidado. Que amor e amizade devem ser conquistados, e à medida que conseguimos isso chegamos mais perto do Divino que nos habita. Que aprender a reconhecer falhas pessoais e buscar sua solução traz tanta honra quanto colecionar troféus de sucesso imediato.

Que a dita sabedoria do tempo é absolutamente relativa, pois há verdadeiros Mestres muito jovens e Anciãos ainda bebês. Que ouvir os mais velhos não faz referência necessariamente à idade física, mas à profundidade do ensinamento e ao aproveitamento da caminhada. Que justiça e educação devem partir de nós se desejamos que retornem da mesma forma.

Que dar carinho a quem o desconhece não é perda de tempo, mas é um dos papéis mais difíceis de se cumprir. Que caminhos retos nem sempre são os mais simples. Que personalidade pode ser montada e desmontada, mas caráter nasce e morre praticamente sem alterações.

Agradeço a todos que estão ao meu lado nesta jornada!

3 comentários:

Patricia Magalhães disse...

Nossa! Quanta inspiração para expressar seus sentimentos e pensamentos! Que estes aprendizados nunca sejam esquecidos na memória e no coração! Perfeito! Bjos Patricia.

Bruxa Honda disse...

Mui grata! Assim peço aos Deuses: que não tirem de mim o que aprendi de mais verdadeiro e sincero perante a vida. Beijos, Paty!!!

Marcio disse...

Muitíssimo bom, forte abraço minha irmã!!!!

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